quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PROCESSOS OBSESSIVOS

Não raro auscultamos os processos obsessivos quando se encontram francamente instalados.
No entanto, sabemos que a desagregação do equilíbrio mental, quando os problemas pertencem nitidamente ao espírito, levam tempo.

A sabedoria da vida não constitui o sistema nervoso para colapsos a troco de bagatelas.

Encontramos, desse modo, em toda parte do plano físico, os que se acham na fase prévia de segregação na enxovia da alma.

Sofreram ou se desenganaram em algum item da experiência humana e instintivamente entregam a chave do controle de si mesmos a inteligências outras que os espreitam na sombra. Do ressentimento passam à mágoa crônica.

Da excitação se transferem à cólera sistemática. Daí seguem adiante até adquirirem um lugar destacado na patologia da mente.

Quando você se identifique nessa posição fronteiriça, capacite-se da necessidade de libertar você mesmo. Recorde a embarcação que pode perfeitamente salvar-se, expedindo um S.O.S., e comece a derribar a cadeia mental que lhe ameaça a integridade, reunindo as suas forças em
oração. Não espere o naufrágio.

Em seguida, repare as suas forças orgânicas através de auxílio medicamentoso à altura de suas exigências fisiológicas, imitando o cuidado do mecânico que restaura a casa de máquinas do navio, e prossiga no rumo certo.

Esse rumo certo na temática da obsessão é a continuidade da viagem terrestre sem ancoragem que não seja aquela programada para deveres nos postos de escala — as prestações de serviço aos outros.
Nada de parar sobre recifes de perturbação ou vasculhar o bojo das ondas de treva. Caminhar à frente. Esquecer-se em favor de outros viajantes.
Se você enfrenta um problema assim sutil da fronteira entre o equilíbrio e o desequilíbrio, observe quem, na maioria das circunstâncias, você traz o recinto da mente cerrado ao auxílio dos outros. São pensamentos de desânimo, cansaço, tristeza ou tentação que se agigantaram.
Foram eles diminutas brechas de sombra, na cidadela do espírito, que serviram de mira a gazuas cruéis de velhos adversários dos caminhos percorridos em outras existências.

Não permita que se lhe derruam as portas defensivas. Reaja. Mas conserve a certeza de que a única reação construtiva é a de sua própria renunciação aos caprichos e preconceitos do círculo pessoal, com serviço desassombrado e desinteressado ao próximo.

Milhares ou talvez milhões de companheiros no mundo estão hoje no cairel da obsessão, quais viajores descuidados no dorso do abismo. Há socorro e libertação para todos, desde que cada um se disponha a renovar-se para o bem, renovando os agentes espirituais que lhes assessoram a vida.

(Nova Iorque, N. I., E.U.A., 28, Julho, 1965.)
Kelvin Van Dine (Waldo Vieira)

(De “Entre irmãos de outras terras”, de Francisco Cândido Xavier e
Waldo Vieira – por diversos espíritos)

SOMBRA E LUZ

Não sejas mensageiro de idéias negativas.
Ninguém saúda um amigo com as mãos sujas de lama.
Procura fixar-te nos aspectos luminosos da vida.
Quem só observa a sombra acaba retido na escuridão.
Aprende a destacar as qualidades alheias,
estabelecendo o entendimento no clima da simpatia.
Fala com equilíbrio e serve com amor.
Agindo assim, te converterás num ponto de luz
refletindo as claridades do Alto.

(De “Novas mensagens de Scheilla para você”, de Clayton B. Levy)

PENSASTE NISSO?

“Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, segundo o que também nosso Senhor Jesus-Cristo já mo tem revelado”. – (II Pedro, 1:14).

Se muitas vezes grandes vozes do Cristianismo se referiram a supostos crimes da carne, é necessário mencionar as fraquezas do “eu”, as inferioridades do próprio espírito, sem concentrar falsas acusações ao corpo, como se este representasse o papel de verdugo implacável, separado da alma, que lhe seria, então, prisioneira e vítima.
Reparamos que Pedro denominava o organismo, como sendo o seu tabernáculo.
O corpo humano é um conjunto de células aglutinadas ou de fluídos terrestres que se reúnem, sob as leis planetárias, oferecendo ao Espírito a santa oportunidade de aprender, valorizar, reformar e engrandecer a vida.
Freqüentemente o homem, qual operário ocioso ou perverso, imputa ao instrumento útil as más qualidades de que se acha acometido. O corpo é concessão de Misericórdia Divina para que a alma se prepare ante o glorioso porvir.
Longe da indébita acusação à carne, reflitamos nos milênios despendidos na formação desse tabernáculo sagrado no campo evolutivo.
Já pensaste que és um Espírito imortal, dispondo, na Terra, por algum tempo, de valiosas potências concedidas por Deus às tuas exigências de trabalho?
Tais potência formam-te o corpo.
Que fazes de teus pés, de tuas mãos, de teus olhos, de teu cérebro? Sabes que esses poderes te foram confiados para honrar o Senhor iluminando a ti mesmo? Medita nestas interrogações e santifica teu corpo, nele encontrando o templo divino.

(De “Pão Nosso”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

VOCÊ E OS OUTROS

Abra a própria alma às manifestações generosas para com todos os seres, sem trancar-se na torre de falsas situações, à frente do mundo.
A pretexto de viver com dignidade, não caminhe indiferente ao passo dos outros.
Busque relacionar-se com as pessoas de todos os níveis sociais, erguendo amigos além das fronteiras do lar, da fé religiosa e da profissão.
Evite a circunspecção constante e a tristeza sistemática que geram a frieza e sufocam a simpatia.
Não menospreze a pessoa mal vestida nem a pessoa bem posta.
Não crie exceções na gentileza, para com o companheiro menos experiente ou menos educado, nem humilhe aquele que atenta contra a gramática.
Não deixe meses, sem visitar e falar aos irmãos menos favorecidos, como quem lhe ignora os sofrimentos.
Não condiciones as relações com os outros ao paletó e à gravata, às unhas esmaltadas ou aos sapatos brilhantes, que possam mostrar.
Não se escravize a títulos convencionais nem amplie as exigências da sua posição em sociedade.
Dê atenção a quem lha peça, sem criar empecilhos.
Trave conhecimento com os vizinhos, sem solenidade e sem propósito de superioridade.
Faça amizades desinteressadamente.
Aceite o favor espontâneo e preste serviço, também sem pensar em remuneração.
Ninguém pode fugir à convivência da Humanidade.
Saiba viver com todos, para que o orgulho não lhe solape o equilíbrio.
Quem se encastela na própria personalidade é assim como o poço de água parada, que envenena a si mesmo.
Seja comunicativo.
Sorria à criança.
Cumprimente o velhinho.
Converse com o doente.
Liberte o próprio coração, destruindo as barreiras de conhecimento e fé, título e tradição, vestimenta e classe social, existentes entre você e as criaturas e a felicidade, que você fizer para os outros, será luz da felicidade sempre maior, brilhando em seu caminho.

Francisco Cândido Xavier.
Da obra: Apostilas da Vida.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

NÃO ESTÁ AQUI

Não poderia haver lugar para Jesus no mundo.
“Filho de Deus”, o Seu era o lugar no sublime comando da Humanidade.
Revertendo a ordem dos valores egoístas e ensinando a fraternidade legítima, não poderia ser aceito nem compreendido sequer pelos que O seguiam.
Luz imperecível em sombra densa, atraía e enceguecia por momentos.
Dosada pelo amor dominaria os corações, lentamente, para todo o sempre.
Chegando à hora das grandes e arbitrárias dominações, que ainda persistem nos países inquietos da Terra e nas mentes intranquilas das criaturas, era o semeador de estrelas em noite de trevas, a fim de que jamais houvesse medo e obscurantismo.
Toda a Sua carga de emoção fazia-se um claro duradouro de amor com que ofereceu dignidade à vida, num abundante enriquecer de esperanças.
***
Lembra-te do amor de Jesus em todas as horas da tua vida e ama sem desfalecimento.
Em soledade ou em abandono, ama.
Sob o açodar da alheia impiedade ou perseguido sem descanso, ama.
Colhido por incompreensões ou silenciado pelo vozerio dos tumultos violentos, ama.
Prossegue amando, sem preocupar-te com retribuições nem aplausos.
Sofrendo, porém, amando.
Se todos, amigos e conhecidos, ficarem contra ti, permanece a favor do bem, sem dúvida, favorável a eles.
Maltratado, não revides.
Ignorado, não te rebeles.
A árvore podada mais reverdece e o grão, esmagado na cova escura, explode em vida.
Jesus é Vida.
***
Após todas as tribulações, sevícias e dilacerações, Ele continuou afável.
Abandonado pelos comensais das Suas horas de mansidão e de misericórdia, não os repreendeu.
Em poucos dias o triunfo da entrada na cidade e o triunfo eterno, na cidade que pensava matá-Lo...
Os enganosos júbilos do domingo não O emularam, antes fizeram-No triste, quando os outros sorriam.
Sem embargo, diante das lágrimas de saudade dos que O buscavam no túmulo, Ele se encontrava em glória real na Vida.
— Que vieste ver? — inquiriram os seres angélicos a Maria de Madalena. — Ele não está aqui.
Jesus encontra-se, sem dúvida, a céu aberto, pelo mundo, renovando a psicosfera terrena e albergando os sofredores no Seu coração.
Segue-O tu.
Faze o mesmo que Ele prossegue fazendo, sem reclamar, nem desanimar nunca.

(De “Otimismo”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)